Herpes Simples
O herpes simples é uma infecção muito comum da pele e mucosas causada pelo vírus com o mesmo nome – o vírus herpes simples.
Há 2 tipos: o vírus herpes simples tipo-1 e o vírus herpes simples tipo-2. O 1º é o responsável pela maioria dos casos do chamado herpes labial e o 2º é o principal responsável pelo herpes genital.
O vírus herpes simples afeta grande parte da população mundial em todo o mundo e o homem é o seu reservatório natural. Esta infecção já é conhecida desde a antiguidade e a designação “herpes” foi criada pelos gregos antigos como sinônimo de “rastejante” para ilustrar o tipo de erupção na pele. Atualmente acredita-se que quase 90% dos adultos tenha tido contato com o vírus em algum momento da vida.
O contágio com o vírus herpes tipo 1 é feito na maioria dos casos na infância e a maior parte das vezes estas infecções são assintomáticas isto é passam despercebidas. O vírus tipo 1 transmite-se pela saliva e através de secreções contaminadas. A transmissão do vírus tipo 2 é feita por contato sexual e ocorre principalmente a partir da puberdade. Recentemente têm surgido mais casos de herpes genital provocados pelo vírus herpes tipo -1 devido à prática de sexo oro-genital. Pode haver transmissão do vírus mesmo quando não há lesões visíveis o que contribui para a dificuldade na prevenção desta afecção. Quando uma pessoa é infectada com o vírus herpes simples, esta infecção mantém-se para toda a vida.
Caracteristicamente as infecções pelo vírus herpes decorrem em 3 fases: surge primeiro a infecção inicial – chamada primo-infecção, no local de contágio. Aqui o vírus multiplica-se e se aloja nas estruturas nervosas da vizinhança onde se mantém “adormecido”, num estado pouco infeccioso – é a chamada fase de latência; após um período de tempo variável, pode voltar a migrar para a pele dando origem à recorrência. Depois de cada recorrência há novamente regresso á fase de latência e assim sucessivamente.
As lesões provocadas pelo vírus herpes tipo-1 são mais frequentes nos lábios e boca mas podem surgir noutros locais: na pele à volta dos lábios, no nariz e nas regiões malares (bochechas). Nas crianças manifesta-se muitas vezes na mucosa oral (gengivo-estomatite) e orofaringe.
O Herpes genital é semelhante ao herpes labial mas geralmente mais exuberante. No homem as primo-infecções são mais frequentes na glande e prepúcio e podem ser muito dolorosas. O mesmo ocorre na mulher em que podem ocorrer lesões na vulva, vagina e áreas próximas podendo ser acompanhadas de outros sintomas como dor e dificuldade em urinar e “íngua”. As recorrências são comuns nas nádegas. Na gravidez pode raramente ocorrer transmissão da doença ao bebé, se houver uma primo-infecção de herpes genital na época do parto e isso poderá ser motivo para realização de cesariana.
Não se sabe ao certo porque é que o vírus volta a estar ativo mas sabe-se que há vários estímulos que podem desencadear um novo episódio: situações de stress, quadros febris, após exposição solar, menstruação, por traumatismo local ou por imunossupressão.
Ainda não dispomos de tratamento que elimine o vírus definitivamente. O Herpes simples no entanto e na grande maioria dos casos, cura por si e evolui sem problemas, sendo muitas vezes suficientes apenas medidas de desinfecção local.
Existem antivirais para aplicação local (cremes) que podem diminuir os sintomas e acelerar a cura das lesões. Nos casos mais graves, quando as recorrências são muito frequentes e em situações especiais, poderá haver necessidade de recorrer a antivirais sistêmicos mas sempre sob indicação médica.